Roda de apresentação dos participantes do encontro
A criação de espaços
museológicos a partir de processos protagonizados por grupos e movimentos
indígenas atualmente se destaca no cenário nacional e internacional. Além de
uma revisão do papel e significado dos objetos e coleções etnográficas, cresce
a organização de museus entre os povos indígenas no Brasil, Canadá, Austrália,
México, Peru, Colômbia, Estados Unidos e em vários outros países, cujas
populações originárias estiveram envolvidas durante séculos em processos históricos
de invasão, colonização e imperialismo.
Hugues de Varine falando no encontro
Nos museus indígenas, a
pesquisa e salvaguarda sobre um patrimônio comum ocorrem a partir de uma
tradução e da apropriação de ferramentas técnicas e conceituais para a
organização e gestão dos processos de musealização, que possuem múltiplos
sentidos e significados, imersos de diversidade e especificidades. Fenômeno que
perpassa as esferas das organizações de caráter étnico, os chamados museus indígenas remetem à complexa
relação existente entre a construção de representações sobre si e as formas de
mobilização política destas populações.
Antonia kanindé "experiência na criação de inventario participativo"
Os museus indígenas no estado
do Ceará, que vem se destacando no cenário museológico brasileiro nos últimos
anos, surgiram a partir de 1995, com a organização do Museu dos Kanindé. A
partir de então, foram organizados o Memorial Tapeba Cacique-Perna-de-Pau, em
Caucaia (2005), a Oca da Memória, dos Tabajara e Kalabaça, em Poranga (2008), o
Museu Indígena Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz (2010). Além destes museus
comunitários, que realizam ações permanentes com o território, o patrimônio e a
população local, existem articulações comunitárias visando a criação de museus
indígenas entre os Pitaguary de Monguba (Pacatuba), os Tremembé de Almofala
(Itarema) e os Gavião/Potyguara/Tabajara/Tubiba-Tapuia (Monsenhor Tabosa).
Suzenalso kanindé "as experiencias em ações educativa do museu dos kanindé"
O II Encontro de Formação de Gestores de Museus Indígenas do Ceará
tem o objetivo de dar continuidade ao processo de formação conjunta dos
integrantes dos museus indígenas cearenses, propiciando um importante espaço
para a reflexão sobre os desafios para a gestão dos museus pelos próprios indígenas,
através da troca de experiências entre assessores, coordenadores e integrantes
dos museus indígenas e o museólogo francês Hugues de Varine, convidado especial
deste encontro.
Representantes dos museus indigenas presentes, rede cearense de museus comunitarios, Hugues de Varine, ponto de memória grande bom jardim.
programação do evento:
8hs
Apresentação
das delegações dos museus indígenas e demais participantes do encontro.
8:30 às 9hs
Visita guiada ao Museu
Indígena Jenipapo-Kanindé (MIJK)
Mediação:
Núcleo Educativo do MIJK
Raquel "monitora museu indigena jenipapo kanindé"
9 às 10hs
Mesa-redonda
1: Os museus indígenas no Brasil e o
contexto do Ceará
Participantes:
Alexandre
Gomes (Projeto
Historiando/Rede Cearense de Museus Comunitários): Reflexões sobre o significado dos museus indígenas: Brasil e Ceará
João
Paulo Vieira
(Projeto Historiando/Rede Cearense de Museus Comunitários):
O Projeto
Historiando, a Rede Cearense de Museus Comunitários e os museus indígenas no
Ceará.
Indios debatem significado dos objetos existentes nos museus indigenas
10:30 às 12:30hs
Mesa-redonda 2: As experiências dos museus indígenas no Ceará: Kanindé,
Jenipapo-Kanindé, Pitaguary e Tremembé: ações museológicas, políticas públicas
e memória
Participantes: coordenadores dos
museus indígenas e integrantes dos núcleos educativos
Suzenalson
Santos
(coordenador) e equipe do Núcleo Educativo do Museu dos Kanindé: Museu dos Kanindé: mobilização étnica,
memória e ação educativa
Heraldo
Alves “Preá”
(coordenador) e equipe do Núcleo educativo do Museu Indígena Jenipapo-Kanindé: O Museu Indígena Jenipapo-Kanindé: ação
comunitária, educação e memória
Diego
Pitaguary
(integrante do projeto do Museu dos Pitaguary de Monguba): Os desafios da organização do Museu dos Pitaguary: políticas públicas e
organização comunitária
Phillipi
Bandeira
(Rede Cearense de Museus Comunitários e assessor do Museu dos Tremembé): O processo de organização do Museu do Índio
Tremembé: reflexões sobre o papel do assessor
Suziany kanindé "território jenipapo kanindé"
12:30hs
Almoço Comunitário
14:30hs
Avaliação do encontro.
Fotografia coletiva e
troca de presentes
Nucleo educativo do ponto de memória: museu indigena kanindé.
15hs
Retorno das delegações
para suas aldeias e cidades
Finalização do encontro com o ritual do toré.
A discursão a respeito dos museus indigenas na atualidade é amplo, povos e comunidades discutem e debatem a importancia dos museus indigenas no brasil. entre os dias 13,14,15 de dezembro de 2012 os pontos de memória indigenas do ceará participam do I encontro de museus indigenas de pernambuco, realizado na UFPE, uma idealização construtora de significados muito inportante na discursão dos museus indigenas no Brasil.
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