Artefatos Arqueoligico

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segunda-feira, 25 de junho de 2012

CARTA DA REDE DOS PONTOS DE MEMÓRIA E INICIATIVAS COMUNITÁRIAS EM MEMÓRIA E MUSEOLOGIA SOCIAL


Durante os dias 4, 5 e 6 de junho de 2012 realizou-se o Encontro de Articulação de redes
de Pontos de Memória e Museus Comunitários, no Auditório do Instituto Brasileiro de Museus,
em Brasília – DF, com a participação de 32 representantes do campo da Museologia Social das 
cinco Regiões do País e a equipe técnica do Ibram. O encontro resultou na Carta da Rede dos
 Pontos de Memória e Iniciativas Comunitárias em Memória e Museologia Social, com 
propostas voltadas para fomento, financiamento e sustentabilidade, qualificação, inventário participativo
 e articulação em rede. Em plenária, os participantes decidiram que o documento ainda deverá ser 
debatido em suas comunidades e estados, para ser referendado na IV Teia da Memória, a ser realizada
 no segundo semestre de 2012.
As propostas subdividem-se em: 
PRINCÍPIOS PAUTADOS NA AUTONOMIA, DESCENTRALIZAÇÃO, DIVERSIDADE 
E COOPERAÇÃO EM REDE 1 .
1 Preceitos que nortearão a formação e o funcionamento das redes.
2 Entendeu-se por “proposta” ações que: 1) acontecerão de forma contínua; 2) caracterizam a rede, seu conteúdo e seus objetivos; 3) requerem apoio/parceria, de agentes que não integram a rede.
1. Garantir o direito à memória às comunidades, grupos e sujeitos locais historicamente excluídos.
2. Salvaguardar que os Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia
 social sejam geridas por instâncias participativas, organizadas para esta finalidade, no seio de suas
 próprias populações.
3. Garantir a autonomia e a descentralização das iniciativas comunitárias de memória, fomentando a cooperação entre as redes estaduais de memória e museologia social.
4. Reconhecer, respeitar e valorizar as diversidades, especificidades e potencialidades das comunidades, priorizando o desenvolvimento local e visando à sustentabilidade.
5. Adotar metodologias de conhecimento sistêmico do território como garantia da relação entre memória 
social e sustentabilidade.
6. Instituir a formação em rede como parte do processo de articulação das redes estaduais, garantindo uma formação continuada que atenda às reais necessidades de desenvolvimento e sustentabilidade dos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social.
PROPOSTAS PARA A CRIAÇÃO, FUNCIONAMENTO, CONTEÚDO E 
  SUSTENTABILIDADE DAS REDES ESTADUAIS 2
1. Criar plataforma virtual colaborativa com mapa da rede, autogerida, preferencialmente em software livre, com a finalidade de armazenar e difundir amplamente, informações sobre a rede, suas ações e formas de participação, com o financiamento do IBRAM e parceiros.
2. Dar visibilidade aos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social de modo a torná-los referência em memória para suas comunidades.
3. Incentivar a formatação de conteúdos e garantir a circulação e distribuição dos produtos dos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social, com o apoio do IBRAM e parceiros.
4. Divulgar os acervos inventariados e as metodologias de inventário participativo desenvolvidas pelos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social de forma a garantir a sua preservação.
5. Identificar as demandas e necessidades de formação de cada iniciativa de memória e museologia social entre os integrantes das redes estaduais.
6. Mapear as ações desenvolvidas pelas iniciativas de memória e museologia social e as potencialidades dos seus agentes para subsidiar a formação nesses campos do conhecimento.
7. Promover intercâmbio de experiências, atividades e troca de saberes entre os Pontos de Memória e demais iniciativas de memória e museologia social.
8. Valorizar saberes e fazeres locais, priorizando a contratação de moradores da comunidade para postos de trabalho nos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social.
9. Estimular processos de institucionalização para os Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social, que garantam autonomia dos processos de gestão, tais como implementação de um estatuto e constituição de personalidade jurídica (identidade legal).
10. Incentivar e promover a formação dos agentes dos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social em captação de recursos, elaboração de projetos e gestão da área cultural.
11. Criar banco de dados / espaço de diálogo e compartilhamento de iniciativas de fomento, financiamento e sustentabilidade.
12. Disponibilizar para a rede a produção intelectual dos agentes dos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social (banco de projetos).
13. Identificar o potencial de sustentabilidade dos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social.
14. Divulgar e dar visibilidade aos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social como estratégia de legitimação e prospecção de parcerias.
AGENDA 3
3 A “agenda” inclui ações que operacionalizam as propostas/proposições podem ser executadas de forma autônoma ou com a participação de agentes externos à rede. Na maior parte, são ações pontuais, não continuadas/contínuas.
Encontros Presenciais
1. Criar uma comissão preparatória para cada edição da Teia da Memória, com a participação dos pontos de memória e redes estaduais.
2. Promover, com apoio do IBRAM, Estados, Municípios e Distrito Federal, encontros com o objetivo de criar e pactuar as redes de Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social.
3. Realizar encontros estaduais entre as iniciativas de memória e museologia social para concepção e planejamento da formação (qualificação/capacitação) em redes estaduais.
4. Realizar encontros nacionais para promover a troca de experiências e o planejamento das ações entre as redes estaduais.
5. Organizar e promover encontros de formação de multiplicadores, em conjunto com o IBRAM, com a finalidade de trabalhar a mobilização local.
6. Garantir o apoio do IBRAM e parceiros para a realização de visitas de intercâmbio entre Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social.
 Formação
7. Definir mecanismos de contrapartida que garantam que os agentes formados em rede atuem como multiplicadores.
8. Garantir, com bolsas de estudo, a capacitação de agentes comunitários de memória no desenvolvimento do inventário participativo por meio de seminários, palestras, intercâmbios, cursos de extensão, e outros – presenciais e /ou à distância - a partir de parcerias com instituições de ensino superior, grupos de pesquisas e outras instituições parceiras nas áreas de antropologia, museologia, história, ciência da informação, biblioteconomia, arqueologia, curso de gestão cultural e afins.
Parcerias
9. Realizar um momento no interior da Teia da Memória para promover articulações interministeriais e estatais, visando à ampliação do Programa dos Pontos de Memória e afins.
10. Captar recursos e estabelecer parcerias, especificamente para o desenvolvimento das ações de formação em rede.
11. Elaborar um instrumento para registrar atividades, necessidades de formação e potencialidades das iniciativas de memória e de museologia social e de seus agentes, a partir da consulta aos sistemas de informação existentes (cadastros estaduais, municipais e federais).
12. Elaborar instrumento para mapear os programas educativos desenvolvidos pelos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social.
13. Incentivar a criação de novos programas, propiciando o compartilhamento e o desenvolvimento conjunto das iniciativas dos integrantes das redes.
14. Propor às secretarias estaduais, municipais e distrital de educação, com apoio do Ibram, a inserção nos seus planejamentos pedagógicos dos conteúdos: território, memória e patrimônio, para assegurar à comunidade a apropriação intelectual dos acervos inventariados.
15. Participar do edital de Implantação e Fortalecimento de Sistemas e Redes de Museus do Ibram.
16. Incluir representantes das Redes Estaduais, Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social na organização do calendário anual das secretarias estaduais, municipais e distrital de cultura e sistemas estaduais de museus, bem como na definição das políticas públicas de direito à memória, do IBRAM e das secretarias. Os Pontos de Memória indicarão representantes, nos estados que não tenham Rede formada.
17. Garantir um espaço-sede que assegure a autonomia de atividades dos Pontos de Memória e demais iniciativas comunitárias em memória e museologia social.
Brasília, 06 de junho de 2012.
Participaram da construção do documento:
1. Adriano de Almeida - Ponto de Memória do Grande Bom Jardim (Fortaleza – CE)
2. Alessandra Regina Gama - Ponto de Cultura e Memória Ibaô (Campinas – SP)
3. Alexandre Gomes – Departamento de Antropologia e Museologia UFPE e Rede Cearense de Museus Comunitários (Recife – PE)
4. Antônio Carlos Firmino - Museu Sankofa (Rocinha, Rio de Janeiro - RJ)
5. Caroline Soares - Ponto de Memória da Estrutural (Distrito Federal – DF)
6. Claudia Feijó - Ponto de Memória Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro (Porto Alegre-RS)
7. Cláudia Rose Ribeiro – Museu da Maré (Maré, Rio de Janeiro – RJ)
8. Cleunice Maria dos Santos - Ponto de Memória Cabras de Lampião/Museu do Cangaço (Serra Talhada- PE)
9. Deuzani Noleto - Ponto de Memória da Estrutural (Distrito Federal – DF)
10. Edivânia Alves - Ponto de Memória de Terra Firme (Belém-PA)
11. Fernando Almeida – Ponto de Memória Morro da Carapina/Cidade do Futuro (Governador Valadares-MG)
12. João Francisco Bispo de Castro Júnior – Ponto de Memória de São Pedro (São Pedro, Vitória - ES)
13. João Paulo Vieira - Rede Cearense de Museus Comunitários (Fortaleza – CE)
14. Lucienne Figueiredo dos Santos - Sistema Estadual de Museus do (Rio de Janeiro - RJ)
15. Luis Henrique Mioto - Ponto de Memória Roda de Memória (Londrina-PR)
16. Marcelo Rocha - Ponto de Memória - MUPE (Curitiba – PR)
17. Maria da Penha Teixeira de Souza- Escola Viva Olho do Tempo (Paraíba - PB)
18. Maria do Amparo Moura Alencar Rocha - Representante do Estado (Alto Longá - PI)
19. Maria Leinad Vasconelos Carbogim - Rede de iniciativas de memória de Icapuí (Fortaleza – CE)
20. Maria Terezinha Resende Martins – Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários (ABREMC) e Ecomuseu da Amazônia (Belém-PA)
21. Mônica Silveira (Wayra) - Rede Baiana de Pontos de Memória (Salvador – BA)
22. Paula Gamper – Rede de Saúde e Cultura SCDC/MinC (Mato Grosso do Sul)
23. Raimundo Melo - Articulador Estadual do Rio Grande do Norte (Natal - RN)
 24. Roberto Santos - Ponto de Memória do Beiru (Salvador – BA)
25. Rozana Miziara - Brasil Memória em Rede /Museu da Pessoa (São Paulo-SP)
26. Valquíria Cabral - Museu de Favela (Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, Rio de Janeiro – RJ)
27. Vanessa Francisca - Ponto de Memória do Coque (Recife – Pernambuco)
28. Viviane Rodrigues – Ponto de Memória Museu de Cultura Periférica (Jacintinho, Maceió – AL)
29. Wani Pereira - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e articuladora estadual – (Natal – RN)
30. Wélcio de Toledo - Ponto de Memória da Estrutural e articulador de Movimentos Sociais (Distrito Federal – DF)
31. Wellington Pedro - Ponto de Memória do Taquaril (Belo Horizonte – MG)
32. Yonaré Flávio Barros Articulador de Movimentos Sociais (Distrito Federal – DF)
Equipe Ibram:
1. Alexandre Feitosa
2. Amanda Oliveira
3. Cícero de Almeida
4. Cinthia Oliveira
5. Eneida Braga
6. José do Nascimento Junior
7. Lavínia Cavalcanti
8. Luciana Palmeira
9. Luiz Renato da Costa
10. Marcelle Pereira
11. Marijara Queiroz
12. Mônica Padilha
13. Nicole Reis
14. Patrícia Albernaz
15. Pedro Turbay
16. Rafaela Medeiros
17. Renata Almendra
18. Rosangela Karine Esteves
19. Rose Miranda
20. Sara Schuabb
21. Taís Valente
22. Valdemar de Assis
23. Vivian Cobucci
24. Yris Lira
25. Gabriel Rodrigues 



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